julho 20, 2013

Amizade, sal e limão.

Tenho contemplado em minhas horas não tão vagas a semelhança que o destino me vem apresentando entre os seres humanos e as bebidas que ocupam minhas garrafas. Existem aquelas pessoas amargas demais, que - em um gole -, te jogam para baixo. Existem também as que precisamos tomar em pequenos copos, caso contrário há o risco de overdose, vômito e aversão por prazo indeterminado. Existem também aqueles que sempre estarão com você em todos as festas, raves e aniversários do tio-avô de 3º grau, meus champagnes favoritos. 
Tem também aquelas pessoas que sabem destilar somente o suficiente de licor na boca, nem mais, nem menos. Que sabem beber e que sabem ser bebidas. E que sabem, principalmente, como uma boa dose de embriaguês faz toda a diferença em algumas horas. Existe toda a antecipação para o degustar de um bom vinho, você sabe. E, assim também, são algumas pessoas. Um destilar de aromas e sabores e, sem que você perceba, já está ali você tomando goles gigantescos. Existem as pessoas fermentadas, as pessoas destiladas e as pessoas que preferem mesmo um bom suco maguary. Mas, por enquanto, descobri que quem mais me faz salivar é quem topa tomar um porre juntos, um do outro. Desses de passar mal no dia seguinte mas, na outra festa, já estar bebendo de novo. Embriagar-se do outro é uma arte que requer uma boa dose de não dosar-se. É transbordar a taça da alma, acabar com a garrafa do vinho, é colocar todos os limões na caipirinha que é a vida minha e tua. Sabe, é nessa de embriaguez de gente que talvez se possa sanar-se e, quem sabe, voltar para a sobriedade com a alma um pouco maior. 

E já dizia Beaudelaire: Embriagai-vos!  De vinho, poesia ou virtude, como achardes melhor.
E, enquanto nem a poesia nem a virtude vem, que seja uma cerveja contigo no bar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário